de criança envelhecida, com uma centena de anos,
apenas resta a tristeza, por saber dos dias em vão,
do sol vazio e do fim.
Soçobra melancolia, pelos entes queridos,
que se foram todos, as músicas dolorosas
e o Outono em mim.
Das copas das árvores da minha infância,
gotejam todas as folhas - flocos mágicos caem do céu -,
e eu piso-as com toda a energia
com que um dia rebolei nesse jardim só meu.
Ao longe, risinhos soltos, da minha meninice,
ecoam ainda nas margens do rio.
A foz agora fúnebre que me marulha
e eu me arrepio.
São as lestas memórias, varridas pelo vento,
que estão pinceladas na ponte da cor da sombra.
É a nostalgia das histórias, tocadas por um instrumento,
que se quebrou e já não se encontra.
Bordados do pensamento, arraiolos e filigranas,
lembram que há arte em viver e morrer.
Faz parte, esse saber, do eterno aprender
que o espírito empreende nesta viagem.
Um lídimo caminho de infinitas pessoas
e incontáveis sentimentos,
do qual nos libertamos
para não mais percorrermos esses tormentos
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