quarta-feira, dezembro 10, 2008

Post atrasado (e daí poderá cheirar mal): Chanel nº 5 vs. nº 11

Por ver que ainda existem anúncios ao Chanel nº 5 e é dos únicos perfumes que resiste nas perfumarias há mais de 80 anos, dei por mim a reflectir sobre este pequeno pormenor: o nº 5 cheira bastante mal e tem imensa boa fama e prestígio associados, e por exemplo o nº 11 que cheira muito melhor "ninguém conhece"...

Este perfume é uma das provas que, ao longo dos tempos, o ser humano tem "seguido o rebanho" e tem continuado a enganar-se a si mesmo. A ansiedade do status leva as pessoas a aspirar o que as ditas "elites", consumidoras de bens de luxo, possuem e publicitam da maioria das vezes apenas porque as grandes marcas oferecem-lhes esses bens por causa dessa mesma contrapartida da divulgação. Será que ninguém quer perceber este círculo luxo-vicioso?

Certamente houve alguém (do império Chanel ou amigo, excêntrico dos loucos anos 20) que fez tal publicidade do Chanel nº 5 que o foi colocando num pedestal, como bem inatingível, e daí objecto de maior desejo das pessoas. A partir dessa altura, tal como acontece com vários produtos que sob a desculpa de não serem para qualquer palato ou (neste caso) nariz, continuam a persistir com uma aura de exquisite, mesmo que o Chanel nº 5 cheire mal; ninguém fique bem alimentado com os verdadeiros pratos gourmet e nouvelle cuisine ou mesmo que fiquem intoxicados com sushi e iguarias cruas cheias de bactérias fulminantes; e as roupas da Lacoste sejam demasiado masculinas e demodé, toda a gente as aspira ter porque são símbolo de luxo e status social.
Bolas, que isto é mesmo ridículo.

terça-feira, novembro 04, 2008

Vêm aí os leitores digitais de livros: Kindle, Sony Reader, iPhone.


Chegaram e estão a começar uma revolução na leitura de livros: os leitores digitais não ferem a vista como os computadores normais, utilizando uma tecnologia de tinta virtual para os livros e permitindo a mudança do tamanho da fonte, também não descuram a possibilidade de escrever notas e marcar as páginas (através de bookmarks) como faríamos num livro tradicional.

Há que salientar a poupança de papel, mas advertir as editoras de livros para esta nova realidade que a pouco e pouco se instala nos EUA. Alegando razões ambientais a própria apresentadora de televisão americana Oprah, iniciou no seu programa uma campanha publicitária dando descontos aos telespectadores que comprem o leitor digital de livros da Amazon, o Kindle. As estatísticas evidenciam que o iPhone, multifuncional, ultrapassou o leitor especializado da Amazon.

Livros que antes não transportávamos connosco para lermos enquanto viajávamos, por serem demasiado volumosos, podemos agora fazê-lo, sempre com o mesmo tamanho do suporte. Prevê-se, pelo facto das gerações mais novas serem adeptas fervorosas da tecnologia virtual, que esta nova forma de leitura terá o seu boom nos próximos anos com esta nova era de utilizadores/leitores.

"Se o leitor de textos digitais permitir algum uso de hipertexto (não exactamente como um navegador de internet, mas pelo menos algum uso contextual de notas), os escritores poderiam explorar de forma mais inteligente as notas de rodapé e pequenos textos complementares.

As próprias notas de rodapé não precisariam estar no rodapé ou indexadas numericamente no final do livro, (o que pode ser incomodativo, porque interrompe a leitura, em vez de permitir que se leia o rodapé e continue no ritmo), poderiam estar clicáveis, abrindo uma caixa para se ler e depois continuar de onde se parou.
Tudo isso para dizer que a plataforma de leitura muda a forma de «usar» o livro, mas não muda a natureza do livro em si, nem a sua importância na sociedade. Adeptos da tecnologia ou não, estes e-book readers vão continuar a crescer e a ficar mais baratos a cada ano.

A nova plataforma também abre novas oportunidades para os arquitectos da informação, que podem planear livros mais interessantes, aproveitando os recursos que a nova plataforma oferece. A versão impressa tem toda informação que a digital tem, mas a forma de navegar pela informação é diferente. Cada um escolhe como quer ler, no papel tradicional, ou no papel digital."

sexta-feira, outubro 03, 2008

Rui Herbon vence prémio literário C.M. Almada

Mais uma vez, o escritor Rui Herbon (arrisco-me a dizer, o mais premiado escritor com a sua jovem idade), arrecada um prémio literário de distinção. Aguardo com expectativa a publicação do romance, "O Romper das Ondas", com que venceu a edição do prémio literário da Câmara Municipal de Almada.

A cerimónia decorre hoje, a 3 de Out., no fórum Romeu Correia, às 21h30, com entrada gratuita ao público.
Para mais informações, consultem este link da C. M. Almada.

Parabéns ao escritor e à Câmara pela iniciativa cultural e que haja mais prémios que valorizem os talentos nacionais!

sexta-feira, maio 30, 2008

Um livro que nos faz sorrir de esperança...

Este é um novo livro editado pela Parceria do jovem Rui Herbon, autor sobejamente premiado nos últimos anos.
Com efeito, não só os anteriores "Voar como os Pássaros, Chorar como as Nuvens (Um Filme Português)" e "Absinto a Inútil Deambulação da Escrita" foram distinguidos, como ganhou numerosos outros prémios com obras inéditas.
Urbano Tavares Rodrigues, o prefaciador, diz que este "é, por certo, um dos mais originais romances que ultimamente li, insólito e complexo, invulgarmente rico de ideias e sentimentos". Diz ainda que "um misto de realismo, vocação experimental e até, por vezes, fantasia poética se encontram em todos os seus livros, deixando antever um futuro grande romance sobre a sua geração, os seus mitos e fetiches culturais, a sua ânsia de transgressão, as suas aversões e os seus valores". Conclui que "Os Girassóis" se poderá tornar em breve um livro de culto. in site Parceria A.M. Pereira


Eu li e já ofereci a pessoas amigas... Aconselho vivamente, porque nos dá o que hoje em dia, nestes tempos de desesperança, é muito difícil e raro sentir: uma luz que chega mansa e calma e se transforma num raio forte de Esperança; que nos preenche cá dentro e nos faz sorrir automaticamente; e que nós, seres humanos, buscamos incessantemente.

Foi muito bom, quando acabei de o ler, ter a sensação de que qualquer um de nós, se nos penitenciarmos fazendo um caminho interior, podemos alcançar e merecer a nossa própria redenção. Construindo-a, tomando nas nossas mãos, através de uma viagem de reflexão, podemos ser felizes de novo.

Obrigada Rui Herbon e que pela vida da tua escrita encontres muitos raios dessa forte luz que deste aos Girassóis.